A caixa
Abri a caixa onde te guardei há muito tempo.
Estavas perdido, onde a memória não chega, oculto pela nebulina citadina, aquela que te afaga o rosto todas as manhãs.
Estavas escondido, afastado de mim e do tudo que ficou para trás. O tudo... esse “tudo” impensável, incompreensível e quase invisível para todos, que se manteve assim, também, para nós... até agora!
Abri a caixa e vi-te. O mesmo olhar, a mesma voz, as mesmas palavras... as explicações que eu nunca pedi e que sempre me deste, delicada e detalhadamente... e as reticências de sempre!...
Abri a caixa, olhei bem fundo de ti e vi-me a mim... no emaranhado de caminhos e vidas, de escolhas e almas, que se cruzam por meros instantes, abri a caixa para te (e me) reencontrar.
Abri a caixa e senti-te... como sempre, com se “fosse ontem”, como se estivesses aqui!
Abri a caixa e recordei-te... para trás ficaram as dúvidas, as questões nunca respondidas e os desejos não saciados. Para trás, fica o sonho, a idealização e a esperança que fizeste perder... para trás, ficaste tu, eu e todo resto, o “tudo” que fomos, o “tudo” que não partilhámos e o nada que restou. Para trás, bem lá atrás, ficaram as reticências...
Hoje, abri a caixa, a minha caixa de Pandora onde te escondi. Não tive medo, nem sequer estremeci, apenas... sorri!
(Alma, Março 2006)
Estavas perdido, onde a memória não chega, oculto pela nebulina citadina, aquela que te afaga o rosto todas as manhãs.
Estavas escondido, afastado de mim e do tudo que ficou para trás. O tudo... esse “tudo” impensável, incompreensível e quase invisível para todos, que se manteve assim, também, para nós... até agora!
Abri a caixa e vi-te. O mesmo olhar, a mesma voz, as mesmas palavras... as explicações que eu nunca pedi e que sempre me deste, delicada e detalhadamente... e as reticências de sempre!...
Abri a caixa, olhei bem fundo de ti e vi-me a mim... no emaranhado de caminhos e vidas, de escolhas e almas, que se cruzam por meros instantes, abri a caixa para te (e me) reencontrar.
Abri a caixa e senti-te... como sempre, com se “fosse ontem”, como se estivesses aqui!
Abri a caixa e recordei-te... para trás ficaram as dúvidas, as questões nunca respondidas e os desejos não saciados. Para trás, fica o sonho, a idealização e a esperança que fizeste perder... para trás, ficaste tu, eu e todo resto, o “tudo” que fomos, o “tudo” que não partilhámos e o nada que restou. Para trás, bem lá atrás, ficaram as reticências...
Hoje, abri a caixa, a minha caixa de Pandora onde te escondi. Não tive medo, nem sequer estremeci, apenas... sorri!
(Alma, Março 2006)
posted by Cucu at 21:35
3 Comments:
ROBO diz:
«Apenas...Sorri»!
É isso quem te conhece sabe que atrás desse sorriso lindo, franco e aberto, há um ser com uma capa-cidade enorme,não só de escrever textos lindos como este,mas tam-bém de entender, na realidade, re-ticências que muito revelam.
Um BEIJO.
"para trás, ficaste tu, eu e todo resto, o “tudo” que fomos, o “tudo” que não partilhámos e o nada que restou. "
Esta vou tentar não esquecer. grande sequência. Que não farta depois de ler varias vezes.
Pareceu-me um texto muito mais pessoal do que me habituaste...será da distancia?
bonito...bjinhos aguardo a chazada!
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