Dois shots
Dois shots de vodka. Apenas dois shots de vodka foi o preciso para que ele perdesse a alegria e a sua amada. Apenas dois shots de vodka foi o preciso para ela passar por cima do seu coração e (tentar) esquecer quem amava.
Durante anos esteve a seu lado, mostrando-se carinhoso, amigo fiel nas horas mais difíceis, um verdadeiro companheiro! Partilharam alegrias e tristezas, doces horas de lazer, sem nunca nenhum dos dois suspeitar das intenções do outro. Comentários alheios sugeriam que algo se passaria, mas o algo nunca aconteceu... com muita pena dos dois!
Desencontraram-se, naquela noite. Ela procurou por ele, sem o encontrar. Na confusão de corpos dançantes decidiu esperar dançando também, com algumas amigas.
Ele chegou mais tarde. Vinha acompanhado de outra. Na bebedeiro do entusiasmo esquecera-se de procurar por ela. Ele dançou com a outra e nem reparou que ela os olhava. Ele continuava a dançar, com aquela que ela sempre achara que ele gostava. A noite, para ela, tinha acabado ali! Despediu-se de (quase) todos, saindo de mansinho... mas alguém, um conhecido com grande sentido de oportunidade, oferecera-lhe um shot. E ela aceitou.
Dois shots de vodka foram o bastante para se vingar dele, da outra e dos ciúmes que sentia. Os beijos sem significado foram dados e nada mais aconteceu... porque ela não quis! Ele viu-os... e isso surge como a prova que precisava: ficou, para sempre, a achar que ela nunca tinha gostado dele.
Aquele acontecimento afastou-os. Não trocaram sequer uma palavra e apenas seguiram a sua vida, perdendo contacto um do outro.
O tempo passa, as pessoas mudam e cada um segue a sua vida. Até ao dia... até ao dia em que se dá o encontro com o passado, num apinhado comboio em hora de ponta. O local não poderia ser o mais perfeito: fechados, os dois rodeados de perfeitos desconhecidos, numa carruagem durante um percurso que parecia agora (demasiadamente) longo. Embalados pela conversa, em poucos momentos superaram o hiato nas suas vidas, resgatando a intimidade de outrora.
O comboio chega ao seu destino, estranhamente na hora certa. A viagem, afinal, pareceu-lhes curta demais e os dois, com a saudade da amizade perdida, asseguram manter-se em contacto.
Ele, chega a casa, abraça a mulher e beija o seu belo e proeminente abdómen de seis meses. Ela, chega a casa, enrosca-se no sofá com o seu belo e charmoso gato, tentando ler um livro qualquer. Ambos pensam no reencontro. Para ele, o significado de dois shots de vodka deixou de ter importância na sua vida. Ele está feliz. Ela não.
Durante anos esteve a seu lado, mostrando-se carinhoso, amigo fiel nas horas mais difíceis, um verdadeiro companheiro! Partilharam alegrias e tristezas, doces horas de lazer, sem nunca nenhum dos dois suspeitar das intenções do outro. Comentários alheios sugeriam que algo se passaria, mas o algo nunca aconteceu... com muita pena dos dois!
Desencontraram-se, naquela noite. Ela procurou por ele, sem o encontrar. Na confusão de corpos dançantes decidiu esperar dançando também, com algumas amigas.
Ele chegou mais tarde. Vinha acompanhado de outra. Na bebedeiro do entusiasmo esquecera-se de procurar por ela. Ele dançou com a outra e nem reparou que ela os olhava. Ele continuava a dançar, com aquela que ela sempre achara que ele gostava. A noite, para ela, tinha acabado ali! Despediu-se de (quase) todos, saindo de mansinho... mas alguém, um conhecido com grande sentido de oportunidade, oferecera-lhe um shot. E ela aceitou.
Dois shots de vodka foram o bastante para se vingar dele, da outra e dos ciúmes que sentia. Os beijos sem significado foram dados e nada mais aconteceu... porque ela não quis! Ele viu-os... e isso surge como a prova que precisava: ficou, para sempre, a achar que ela nunca tinha gostado dele.
Aquele acontecimento afastou-os. Não trocaram sequer uma palavra e apenas seguiram a sua vida, perdendo contacto um do outro.
O tempo passa, as pessoas mudam e cada um segue a sua vida. Até ao dia... até ao dia em que se dá o encontro com o passado, num apinhado comboio em hora de ponta. O local não poderia ser o mais perfeito: fechados, os dois rodeados de perfeitos desconhecidos, numa carruagem durante um percurso que parecia agora (demasiadamente) longo. Embalados pela conversa, em poucos momentos superaram o hiato nas suas vidas, resgatando a intimidade de outrora.
O comboio chega ao seu destino, estranhamente na hora certa. A viagem, afinal, pareceu-lhes curta demais e os dois, com a saudade da amizade perdida, asseguram manter-se em contacto.
Ele, chega a casa, abraça a mulher e beija o seu belo e proeminente abdómen de seis meses. Ela, chega a casa, enrosca-se no sofá com o seu belo e charmoso gato, tentando ler um livro qualquer. Ambos pensam no reencontro. Para ele, o significado de dois shots de vodka deixou de ter importância na sua vida. Ele está feliz. Ela não.
4 Comments:
gostei bastante. Mas quase que escreves á saramago :-)
gosto mais de paragrafos e grandes espaços para respirar. para pensar entrelinhas.
este está diferente de todos os outros...e ainda bem.
Quero mais.
Tens textos interessantes, mas pq é que é ele que fica feliz no fim de isto tudo?
passei feriados, fds's, e fiz pontes fechado no isel. chego agora a casa, faço backup do material, e li o teu comentario.
Gostava que entendesses a falta que sinto de ti.
Gostava que me a explicasses. É que eu, sinceramente, não percebo.
Não percebo como me consegues fazer sorrir assim.
Histórias dessas passam por nós e nem damos conta! as vezes connosco! jinhos minha linda moça, o texto está mt cool!
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