quarta-feira, novembro 16, 2005

Pagu

Pagu
Mexo, remexo na inquisição
Só quem já morreu na fogueira
Sabe o que é ser carvão
Eu sou pau pra toda obra
Deus da asas à minha cobra
Minha força não é bruta
Não sou freira nem sou puta
Nem toda feiticeira é corcunda
Nem toda brasileira é bunda
Meu peito não é de silicone
Sou mais macho que muito "home"

Bater com a cabeça na parede custa! Quem já foi contra uma parede, com toda a força, sabe que dói. Quem “morreu na fogueira” sabe que magoa, que queima, que nos deita abaixo. Mas o mesmo motivo que me fez mergulhar num aparente precipício, é o que me faz lutar para emergir. Não estou só, tenho a meu lado pessoas muito importantes para a minha vida (amigos e família)... Contudo, conto comigo, acima de tudo, para emergir... dos problemas, das complicações, dos pequenos safanões que a vida nos dá. Sim, tenho “costas largas”, sou “pau pra toda a obra” e abarco muita coisa, mais do que devia, por vezes... e por isso, realmente “sou mais macho que muito home”!
Porém, não sou de ferro. Tenho o meu feitio, peculiar como qualquer outro, com defeitos e virtudes. Mas não, não sou freira... e “a minha força não é bruta” porque não acredito na violência para fazer valer os meus ideais, mas defendo-os e luto por eles!
E tal como “nem toda a feiticeira é corcunda”, detesto estigmas, ideias pré-concebidas ou rótulos que se colocam às pessoas como se fossem frascos de conserva. Acho que vale a pena “perder tempo” a conhecer o outro. Acho que vale a pena abdicar de 15 minutos da minha mísera hora de almoço, se com isso puser um sorriso na cara de alguém. E não o faço para ser a “amigalhaça” ou a “relações públicas da turma”, simplesmente porque desde que me conheço que gosto de conhecer pessoas e de descobrir os seus mundinhos. Porque ganho sempre mais qualquer coisa, por mais ínfima que seja!...
E, se ao se comprar um produto qualquer muitas vezes se leva gato por lebre, a nível das pessoas e das relações humanas tal acontece amiudemente! Tempo, paciência e alguma ginástica mental são elementos chave na relação, porque o meu “pacote exterior” por vezes engana e o que vai cá dentro, nem sempre é o que transparece para fora ou nem sempre é o que as pessoas captam!
Por isso, sim, sou como a Pagu: “não sou freira”, mas também não “sou puta”!
(TPC de 14 de Novembro, para ler depois na aula: responder à questão "Quem sou eu?" recorrendo a um excerto de um texto... neste caso, uma letra de Rita Lee e Zélia Duncan, interpretada por Maria Rita)

2 Comments:

Blogger BrunoS said...

Fiquei de lagrima no olho.
Tu estás lá rapariga. Agora não podes parar...

Adoro essa música. Esse final foi a matar.
Acho que consegui imaginar tu a acabares de ler isso a toda aquela gente...e as caras deles.

Pah, adorei.
(outro) beijo na testa.

17/11/05 00:51  
Anonymous Anónimo said...

É sempre dificil exprimir o que se sente mas tu sabes o que sentes e sabes partilhar isso é meio trabalho para caminhares mais longe, coragem

11/9/06 17:09  

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