Duas faces da mesma moeda
(Ele)
Vou sair com a minha miúda. Primeiro, levá-la a jantar, coisinha romântica e tal, dar umas voltinhas e depois... quem sabe como acaba a noite?! Sei eu! Pena é que os velhos dela são uns cortes, senão a noite acabava bem tarde e não era comigo a deixá-la em casa.
(Ela)
Caminhavamos num centro comercial apinhado, numa daquelas noites em que todos os casais se lembram do mesmo: jantar (pouco) romântico num ambiente barulhento, (demasiado) iluminado, recheado dos mais variados aromas (desde o cheiro a dia-de-trabalho-ao-sol do vizinho do lado ao odor gorduroso da tão apreciada junk food) numa daquelas mesas que, mesmo ao canto de tudo, se situam no meio da confusão.
(Ele)
A entediante rotina de sempre: o jantar (enquanto a oiço falar) seguida da volta pelos corredores, como que a desfilar na passarela (para os outros, os que comem, falam, fumam, ou simplesmente esperam sentados por alguém), o olhar para as montras, o entrar e sair de lojas, o experimentar de roupas...
Nunca percebi o fascínio das gajas pela roupa! Ainda se pudesse entrar no provador com ela... ui! Isso é que ia ser provar!...
(Ela)
Não posso crer... que noite desperdiçada... ele não abriu a boca durante o jantar, limitando-se a uns grunhidos afirmativos cada vez que lhe fazia uma pergunta. Ainda por cima, trás-me para aqui... estou farta de montras, lojas, roupas! Tudo o que eu queria era estar na rua, a olhar para as estrelas com ele a meu lado e nada mais. Mas não, andamos os dois aqui enfiados, mais monossilábicos do que outra coisa e sempre que eu digo “vamos embora”, ele continua a andar e vai ver qualquer coisa.
(Ele)
Sai de loja, entra de loja... e eu sempre com ela porque fica mal esperar no carro ou sentar-me nos bancos espalhados pelos corredores, porque segundo ela “a maior seca do mundo, deixa de o ser quando estou contigo”. O que um gajo nestes dias não faz quando gosta de alguém... (por alguém, entenda-se, uma mulher! Sim, que eu não sou cá desses que gosta de homens... nada contra, cada um é como é, mas cheguem-se perto e conhecem o meu punho!!!) Mas pronto, pelo menos já há mais lojas para homens... e há uns casacos que me ficam muito bem...
(Ela)
Farta deste programa-maravilha envenenado, pego-lhe pelos colarinhos sem ele estar à espera e beijo-o demoradamente... digo-lhe para sairmos dali e irmos ver o céu estrelado.
(Ele)
É caso para dizer: “aleluia”! A miúda fartou-se do shopping e quer festa! Saímos de lá a 200 à hora, rumo ao nosso local preferido. Aquele lugarejo escondido, atrás dos arbustos, no cimo das rochas e com vista para o mar, que descobrimos na noite em que nos conhecemos... ui, a noite promete!!!
(Ela)
Fomos para o nosso sítio. O rádio tocava uma música qualquer, bem baixinho. Aninhei-me ao lado dele, a olhar o céu, enquanto saboreava aquele momento de entrega e cumplicidade.
(Ele)
Comecei a beijá-la... pouco a pouco, brincava com os botões da camisa e ela... ela berrou!?!!? Disse-me “estragaste tudo! Só pensas nisso?!”?? Ainda estou parvo com esta... mas então não era o que ela queria!?
(Ela)
Não acredito! Ele estragou tudo, mais uma vez! Apressado!!! Não é capaz de saborear um momento!? Afinal, é verdade, não falamos a mesma língua!...
(Ele)
Pedi-lhe desculpa... mas nem sei bem porquê, se eu “só penso nisso”, pelo menos é só com ela que penso! Mas pronto... pedi-lhe desculpa...
Ela olhou-o e dentro dos seus olhos viu o quanto ele a amava e por isso, não desistiu. Beijaram-se ternamente e ficaram a olhar as estrelas...
Vou sair com a minha miúda. Primeiro, levá-la a jantar, coisinha romântica e tal, dar umas voltinhas e depois... quem sabe como acaba a noite?! Sei eu! Pena é que os velhos dela são uns cortes, senão a noite acabava bem tarde e não era comigo a deixá-la em casa.
(Ela)
Caminhavamos num centro comercial apinhado, numa daquelas noites em que todos os casais se lembram do mesmo: jantar (pouco) romântico num ambiente barulhento, (demasiado) iluminado, recheado dos mais variados aromas (desde o cheiro a dia-de-trabalho-ao-sol do vizinho do lado ao odor gorduroso da tão apreciada junk food) numa daquelas mesas que, mesmo ao canto de tudo, se situam no meio da confusão.
(Ele)
A entediante rotina de sempre: o jantar (enquanto a oiço falar) seguida da volta pelos corredores, como que a desfilar na passarela (para os outros, os que comem, falam, fumam, ou simplesmente esperam sentados por alguém), o olhar para as montras, o entrar e sair de lojas, o experimentar de roupas...
Nunca percebi o fascínio das gajas pela roupa! Ainda se pudesse entrar no provador com ela... ui! Isso é que ia ser provar!...
(Ela)
Não posso crer... que noite desperdiçada... ele não abriu a boca durante o jantar, limitando-se a uns grunhidos afirmativos cada vez que lhe fazia uma pergunta. Ainda por cima, trás-me para aqui... estou farta de montras, lojas, roupas! Tudo o que eu queria era estar na rua, a olhar para as estrelas com ele a meu lado e nada mais. Mas não, andamos os dois aqui enfiados, mais monossilábicos do que outra coisa e sempre que eu digo “vamos embora”, ele continua a andar e vai ver qualquer coisa.
(Ele)
Sai de loja, entra de loja... e eu sempre com ela porque fica mal esperar no carro ou sentar-me nos bancos espalhados pelos corredores, porque segundo ela “a maior seca do mundo, deixa de o ser quando estou contigo”. O que um gajo nestes dias não faz quando gosta de alguém... (por alguém, entenda-se, uma mulher! Sim, que eu não sou cá desses que gosta de homens... nada contra, cada um é como é, mas cheguem-se perto e conhecem o meu punho!!!) Mas pronto, pelo menos já há mais lojas para homens... e há uns casacos que me ficam muito bem...
(Ela)
Farta deste programa-maravilha envenenado, pego-lhe pelos colarinhos sem ele estar à espera e beijo-o demoradamente... digo-lhe para sairmos dali e irmos ver o céu estrelado.
(Ele)
É caso para dizer: “aleluia”! A miúda fartou-se do shopping e quer festa! Saímos de lá a 200 à hora, rumo ao nosso local preferido. Aquele lugarejo escondido, atrás dos arbustos, no cimo das rochas e com vista para o mar, que descobrimos na noite em que nos conhecemos... ui, a noite promete!!!
(Ela)
Fomos para o nosso sítio. O rádio tocava uma música qualquer, bem baixinho. Aninhei-me ao lado dele, a olhar o céu, enquanto saboreava aquele momento de entrega e cumplicidade.
(Ele)
Comecei a beijá-la... pouco a pouco, brincava com os botões da camisa e ela... ela berrou!?!!? Disse-me “estragaste tudo! Só pensas nisso?!”?? Ainda estou parvo com esta... mas então não era o que ela queria!?
(Ela)
Não acredito! Ele estragou tudo, mais uma vez! Apressado!!! Não é capaz de saborear um momento!? Afinal, é verdade, não falamos a mesma língua!...
(Ele)
Pedi-lhe desculpa... mas nem sei bem porquê, se eu “só penso nisso”, pelo menos é só com ela que penso! Mas pronto... pedi-lhe desculpa...
Ela olhou-o e dentro dos seus olhos viu o quanto ele a amava e por isso, não desistiu. Beijaram-se ternamente e ficaram a olhar as estrelas...
4 Comments:
muito bonito, muito verdade, mas se voces tb fossem directas, não se perdia nada.
P.S.- espero que nunca te tenham convidado para um jantar romantico num Shopping
gostei da ideia dos provadores. :)
foi sem duvida uma obra tua divinal ;)
esta está divina, gostei... e acho que são mesmo duas faces da mm moeda (costas viradas)
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